Charneca de Caparica, 3 de março de 2012
Olá!
Não sei se te devia estar a incomodar, mas preciso mesmo de desabafar com alguém e, por já saberes como sou ,pensei que fosses a pessoa exata.
Neste momento, deves estar a pensar sobre o que é que estou a falar; porque é que depois de tanto tempo volto a contactar-te... Tudo já acabou há muito! Muito tempo já passou, muito já aconteceu, muitas coisas novas...Está tudo muito diferente.
Queria dizer-te que hoje, enquanto passeava pela rua, passei pelo banco, pelo café, pelo restaurante, pela rua, pelas mesas, pelo parque e ,quando cheguei a casa, no quarto, deitei-me na cama e lembrei-me.
Lembrei-me dela, com o seu sorriso simples, feliz, verdadeiro e contagiante, dos olhos brilhantes, dos seus cabelos livres, leves e claros, a sua pele suave, os seus lábios encarnados e sensíveis. O que se passa? Já devia ter seguido em frente, pensei.
Acordei pensativo. Achas isto normal? Saí. Sentei-me no banco em que passámos tanto tempo, abri os braços, olhei para o lado e senti um vazio. Faltava ali ela; já há algum tempo.
Pensei já ter seguido em frente, mas, agora ,apercebo-me de que é impossível esquecer algo assim. Ela era-me muito importante, o suporte que me mantinha firme e confiante. E ,por isso, pela sua importância para mim, sei que ,apesar de já não estar ao meu lado, estará sempre dentro de mim, acompanhando-me, à minha frente, a guiar-me e atrás de mim, protegendo-me.
Agora, e desde então, estou sozinho, num mundo cinzento, sem um pilar que me apoie.Por isso, hoje, quando a sua memória voltou, procurei-te, na esperança de ainda encontrar alguém do passado com quem possa carregar este peso e mantê-la viva. Dentro de nós…
O que achas? Sei que conseguimos fazê-lo.
Boas memórias, meu amigo.
Luiz Jesus
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